quinta-feira, 16 de junho de 2011

Santa Cunegundes


Cunegundes viveu na realeza. Nasceu no ano 988, era filha de Sigfredo, 
conde de Luxemburgo e Asdvige, que transmitiu pessoalmente à ela os profundos ensinamentos cristãos.
 Desde pequena a menina desejava se tornar religiosa. 



Porém casou-se com Henrique, duque da Baviera, que era católico e em 1002 se tornou rei da Alemanha.
 Em 1014 o casal real recebeu a coroa imperial das mãos do Papa Bento VIII, em Roma. Para o povo, 
foi um tempo de paz e prosperidade. O casal ficou famoso pela felicidade que proporcionava aos seus
 súditos, o que chamou a atenção dos inimigos do reino e do imperador. Mas também porque a 
população e a corte diziam que eles haviam feito um "matrimonio de São José", o que equivale
 viver em união apenas como bons irmãos. Verdade ou não, o fato é que Henrique percebeu que
 a esposa não podia ter filhos e decidiu ficar com ela, sem usar o direito do repúdio público para 
dissolver o casamento, como era legítimo na Alemanha e cuja situação era tolerada por Roma. 



Mais tarde, os inimigos da corte espalharam uma forte calúnia contra a imperatriz,
dizendo que ela havia traído seu marido. A princípio os dois não se importaram,
mas os boatos começaram a rondar o próprio palácio e Cunegundes resolveu acabar com a maledicência. 
Numa audiência pública, negou a traição e evocou Deus para comprovar que dizia a verdade. 
Para isso, mandou que colocassem à sua frente grelhas quentes. Rezou, fechou os olhos e 
pisou descalça sobre elas várias vezes, sem que seus pés se queimassem. Isso bastou para o 
imperador, a corte e o povo admirar ainda mais a santidade da imperatriz, que vivia trabalhando
 para atender os pobres e doentes, crianças e idosos abandonados, com suas obras religiosas
 assistenciais. Em 1021 o casal imperial fundou um mosteiro beneditino em Kaufungen, em 
agradecimento à Deus pela cura completa de uma doença grave que Cunegundes havia contraído. 
Quatro anos depois, quando Henrique faleceu, ela retirou-se para esse mosteiro, abdicando do trono
 e da fortuna, onde viveu como religiosa por quinze anos. Até hoje o mosteiro possui em seu acervo
 os riquíssimos e belos paramentos que Cunegundes costurava. Contudo, ela própria usava somente
 um hábito muito simples, também feito com as próprias mãos. Com ele trabalhava diariamente e com
 ele fez questão de ser enterrada, embora suas companheiras tivessem preparado cobertas
 ricamente bordadas e enfeitadas com jóias preciosas para seu velório. Antes de morrer,
 no dia 03 de março de 1039, pediu que a enterrassem como uma simples monja e ao lado
 da sepultura do esposo, na Catedral de Bamberg, que eles também haviam construído. 
O local foi palco de numerosos prodígios e graças, por isso seu culto correu entre os
 fiéis e se propagou por toda a Europa. O Papa Inocêncio III a canonizou em 1200, 
autorizando sua festa para o dia de sua morte. Santa Cunegundes é padroeira de Luxemburgo, 
da Lituânia e da Polônia o que faz com que sua devoção se mantenha ainda muito forte e intensa. 

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