quinta-feira, 16 de junho de 2011

Santa Cunegundes


Cunegundes viveu na realeza. Nasceu no ano 988, era filha de Sigfredo, 
conde de Luxemburgo e Asdvige, que transmitiu pessoalmente à ela os profundos ensinamentos cristãos.
 Desde pequena a menina desejava se tornar religiosa. 



Porém casou-se com Henrique, duque da Baviera, que era católico e em 1002 se tornou rei da Alemanha.
 Em 1014 o casal real recebeu a coroa imperial das mãos do Papa Bento VIII, em Roma. Para o povo, 
foi um tempo de paz e prosperidade. O casal ficou famoso pela felicidade que proporcionava aos seus
 súditos, o que chamou a atenção dos inimigos do reino e do imperador. Mas também porque a 
população e a corte diziam que eles haviam feito um "matrimonio de São José", o que equivale
 viver em união apenas como bons irmãos. Verdade ou não, o fato é que Henrique percebeu que
 a esposa não podia ter filhos e decidiu ficar com ela, sem usar o direito do repúdio público para 
dissolver o casamento, como era legítimo na Alemanha e cuja situação era tolerada por Roma. 



Mais tarde, os inimigos da corte espalharam uma forte calúnia contra a imperatriz,
dizendo que ela havia traído seu marido. A princípio os dois não se importaram,
mas os boatos começaram a rondar o próprio palácio e Cunegundes resolveu acabar com a maledicência. 
Numa audiência pública, negou a traição e evocou Deus para comprovar que dizia a verdade. 
Para isso, mandou que colocassem à sua frente grelhas quentes. Rezou, fechou os olhos e 
pisou descalça sobre elas várias vezes, sem que seus pés se queimassem. Isso bastou para o 
imperador, a corte e o povo admirar ainda mais a santidade da imperatriz, que vivia trabalhando
 para atender os pobres e doentes, crianças e idosos abandonados, com suas obras religiosas
 assistenciais. Em 1021 o casal imperial fundou um mosteiro beneditino em Kaufungen, em 
agradecimento à Deus pela cura completa de uma doença grave que Cunegundes havia contraído. 
Quatro anos depois, quando Henrique faleceu, ela retirou-se para esse mosteiro, abdicando do trono
 e da fortuna, onde viveu como religiosa por quinze anos. Até hoje o mosteiro possui em seu acervo
 os riquíssimos e belos paramentos que Cunegundes costurava. Contudo, ela própria usava somente
 um hábito muito simples, também feito com as próprias mãos. Com ele trabalhava diariamente e com
 ele fez questão de ser enterrada, embora suas companheiras tivessem preparado cobertas
 ricamente bordadas e enfeitadas com jóias preciosas para seu velório. Antes de morrer,
 no dia 03 de março de 1039, pediu que a enterrassem como uma simples monja e ao lado
 da sepultura do esposo, na Catedral de Bamberg, que eles também haviam construído. 
O local foi palco de numerosos prodígios e graças, por isso seu culto correu entre os
 fiéis e se propagou por toda a Europa. O Papa Inocêncio III a canonizou em 1200, 
autorizando sua festa para o dia de sua morte. Santa Cunegundes é padroeira de Luxemburgo, 
da Lituânia e da Polônia o que faz com que sua devoção se mantenha ainda muito forte e intensa. 

terça-feira, 14 de junho de 2011

Por que não dizemos o "amém", quando rezamos o Pai-Nosso na missa?



O amém, na Santa Missa, não é dito assim que termina o Pai-Nosso porque suas petições continuam em sequência. O pedido final do Pai Nosso, "mas livrai-nos do mal", se estende numa ardente súplica pela libertação do mal e pela paz:

"Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda de Cristo Salvador. Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos: “Eu vos deixo em paz, eu vos dou a minha paz”. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós, que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo".


Neste momento toda a Igreja proclama: AMÉM!

Os primeiros relatos da oração do Senhor advêm do século IV. A introdução do Pai-Nosso na liturgia vem por motivos de preparação para a sagrada comunhão. Em muitas outras liturgias, principalmente nas do oriente como também em algumas liturgias do ocidente, não romanas, o Pai-Nosso era rezado depois da fração da hóstia. A forma tal qual a conhecemos, ou seja, sua recitação após a oração eucarística remonta ao papa São Gregório Magno (Pontificado 590 – 604). Para ele, a oração do Pai–Nosso na sua primeira parte era a síntese das principais partes do cânon.

O Pai-Nosso é tido com estreita ligação com a comunhão. Alguns Papas, bem como alguns Padres da Igreja e alguns santos, relacionaram o pedido acerca do “pão nosso” ao pedido da eucaristia. Pois o próprio Senhor, que está realmente presente na eucaristia, se intitulou o pão do céu. Vale dizer também que a recitação do Pai-Nosso acompanha toda a vida da Igreja, mesmo quando não celebra alguma ação litúrgica. Como por exemplo, na Igreja primitiva em que a eucaristia era tomada na casa dos fieis ou então a sua distribuição aos enfermos. Logo, percebemos que antes do Pai-Nosso ter sua ligação com a missa propriamente dita, tem sua ligação com a distribuição da eucaristia como preparação para a mesma.

A recitação do Pai-Nosso é um ato de ousadia (audemus – ousamos). Afinal, o ser humano que é pó e ao pó há de retornar dirige-se ao criador como sendo seu filho. É edificante notar que na Igreja primitiva a oração do Pai-Nosso era dita apenas pelos batizados. Contudo, o que nos leva a ousar chamar a Deus de Pai é o próprio mandato de Cristo Senhor “Quando orardes, dizei:” (Lc 11,2).

Por que rezar o Terço?



Terço, ou o rosário, é uma oração de contemplação, louvor e súplica ao mesmo tempo. O papa Paulo VI ensinou que ele "tem índole comunitária, se nutre da Sagrada Escritura e gravita em torno do mistério de Cristo".
Quanto mais se invoca Maria repetindo as Ave-Marias, tanto mais se evoca o Cristo, o "bendito fruto do seu ventre".
Na medida em que o vamos rezando e contemplando, ele nos abre um "painel catequético e bíblico" da História da Salvação.
Tudo o que Jesus fez para nos dar o Reino do Pai. No caminho da oração vamos percorrendo o itinerário do discipulado junto com Maria, a discípula primeira e maior.
Os 'Pai-nossos', as 'Ave Marias' e os 'Glórias ao Pai' entrelaçam episódios importantes vividos por Jesus e Maria. Cenas de alegrias, dores, glória e vivência do Reino.
Elas nos oferecem uma visão global das etapas do Mistério Pascal desde a Encarnação até a Ressurreição, Ascensão e envio do Espírito Santo. Nas contas do terço vai desfilando também a missão que Jesus confiou a nós na Igreja.
Somos obrigados a rezar o Terço? Não. É uma devoção. Mas entre os que o rezam não haverá ninguém que ignore sua validade. Milhões e milhões de pessoas pelo mundo inteiro o rezam em todas as línguas e idades.
Feita com devoção e piedade esta prece tão excelente tem alcançado muitas graças divinas.
Por ela a Igreja superou grandes crises em sua História ao longo dos séculos: heresias, guerras, tragédias e perseguições.

Esta prece promove a vida cristã e a pastoral, iluminando a opção a ser feita em momentos de grave aflição. Depois do Pai-nosso é a oração mais conhecida e mais popular dentro da Igreja. Nenhum cristão deveria deixar de fazê-la. Rosário vem de rosa. Cada Ave Maria é uma rosa do buque a ser oferecido a Jesus e Maria.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Os objetos da Missa




Quando assistimos a uma cerimônia litúrgica, que seja a Santa Missa, um batizado ou qualquer outro sacramento, percebemos que o sacerdote utiliza, durante a cerimônia, uma série de objetos, e usa diversas vestes particulares, às vezes muito ricas e bonitas. Para a maioria das pessoas, estas coisas passam desapercebidas, e elas nunca se perguntam qual o significado de tantos objetos diferentes. Mas não deveria ser assim. Todo católico deveria se interessar pelo que se passa no altar, pelos ritos santos da Igreja, pois são estes ritos que nos trazem as graças sacramentais e os méritos da oração pública e oficial de nossa Santa Madre Igreja. 
Por isso, devemos estudar com todo interesse esses objetos, saber seus nomes, como são feitos, para que servem e o que significam. 
  
Os objetos do culto podem ser: 
- Vasos litúrgicos 
- Panos litúrgicos 
- Vestes litúrgicas 
- Insígnias episcopais 
- Insígnias papais 

Cada um em especial veremos durante as semanas seguintes...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Precisamos de Santos do Século XXI



Precisamos de Santos sem véu ou Batina.
Precisamos de Santos de Calças de Gangas e Tênis.
Precisamos de Santos que vão ao Cinema,ouvem músicas e passeiam com os Amigos.
Precisamos de Santos que coloquem Deus em Primeiro lugar,mas que se "Lascam" na Faculdade.
Precisamos de Santos que tenham Tempo todos os dias para Rezar e que saibam Namorar na Pureza e na Castidade,ou que consagrem a sua Castidade.
Precisamos de Santos Modernos,Santos do Século XXI,com uma espiritualidade inserida em nosso Tempo.
Precisamos de Santos Comprometidos com os Pobres,e as necessárias mudanças Sociais.
Precisamos de Santos que vivam no Mundo,se santifiquem no mundo,que não tenham Medo de Viver no Mundo.
Precisamos de Santos que bebem Coca-Cola e comem HotDog,que usem Jeans ,que sejam Internautas.
Precisamos de Santos que amem incondicionalmente a Eucasristia e que não tenha vergonha de beber um Sumo ou comer uma Pizza no fim de semana com os Amigos.
Precisamos de Santos que gostem de Teatro,Cinema,de música de dança,de desporto...
Precisamos de Santos sociáveis,Abertos,normais,diferentes,loucos por Jesus,amigos ,Companheiros...
Precisamos de Santos que estejam no Mundo,e saibam saborear as Coisas puras e Boas do Mundo,mas que não sejam Mundanos.
Enfim...Precisamos de Você,Topa?
Vamos ser Santos,vamos pelo o menos tentar? Eu quero e você?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Musica da Semana - Dai-me Fogo, Dai-me Amor

Em Cada Sacrário Onde Possas Estar (Dai-me Fogo, Dai-me Amor)Toca de Assis
Em cada Sacrário onde possas estar,
Eu quero enviar o meu anjo,
Levando o meu coração.
Em cada momento em que ouvir tua voz,
Sozinho chamar por meu nome,
Eu quero então deixar tudo e contigo ficar.

Por isso eu te peço
Óh dai-me fogo, dai-me amor.
Amor capaz de me queimar,
De consumir
De me abrasar no cansasso.
A cada instante a vida dá, tornar verdade o meu cantar.
És precioso aos meus olhos,
Eu Te consagro cada gota do meu próprio sangue,
Só para te fazer amado na Cruz.

Os amigos da Cruz são bem poucos
Mas eu por Tua Graça posso entrar no Santuário e te oferecer a vida.

Por isso eu te peço
Óh dai-me fogo, dai-me amor.
Amor capaz de me queimar,
De consumir
De me abrasar no cansasso.
A cada instante a vida dá, tornar verdade o meu cantar.
És precioso aos meus olhos,
Eu Te consagro cada gota do meu próprio sangue,
Só para te fazer amado na Cruz.

Jesus reza ao Pai por todos nós



"CONTEMPLEM A MINHA GLÓRIA" 

Jo 17,20-26
            Jesus, no evangelho de hoje, rogava a Deus não só pelos seus discípulos que acreditavam nele, mas rogava ainda por aqueles incrédulos que um dia acreditariam também, pois veriam a glória do Senhor.
            Viver em unidade é a exortação de Jesus aos seus discípulos desde aquele tempo. Unidade é a palavra de ordem que continua ecoando desde a paixão, morte e ressurreição de Jesus até os dias de hoje a nós cristãos – seus seguidores. É por essa unidade que Jesus roga ao Pai do Céu, reconhecendo-nos inclinados à segregação.
            A tendência de criar grupinhos, divisões, panelinhas é característica do homem. Não podemos negar, de forma alguma, que nos relacionamos melhor com algumas pessoas do que com outras, que nos simpatizamos com fulano e não com sicrano, ou até mesmo que o nosso santo não bate com aquele irmão...  
            No entanto, precisamos aprender a conviver e aceitar as diferenças em nosso entorno e contexto. Somos todos iguais e diferentes em alguma coisa. Iguais organicamente falando, mas diferentes nos traços físicos, no temperamento, no caráter etc.  
            Somos convidados, como pessoas diferentes, a buscar com sabedoria a unidade em nosso lar, na igreja, no trabalho, na comunidade. É na diferença que se encontra a riqueza de dons que poderão ser colocados a serviço dos irmãos. Afinal, estamos e somos conectados ao Pai. Somos o fio de uma mesma teia – a teia da vida cristã.
            O excerto do texto abaixo, escrito pelo Chefe Seatle, fala muito bem a respeito da unidade. Vejamos.
"Todas as coisas estão conectadas, como o sangue de uma família. Nós não criamos a teia da vida, somos apenas um fio dela. O que fazemos a teia, fazemos a nós. Todas as coisas estão conectadas."
            Não devemos ter dúvidas de como somos ligados ao mesmo Pai, razão maior da preocupação de Jesus em nos manter em unidade, pois juntos somos realmente mais fortes.
            Como estamos vivendo o nosso dia a dia: buscamos a unidade na oração, no serviço das pastorais, nos movimentos, na organização de atividades festivas da nossa paróquia? Acolhemos um novo irmão que chega ao nosso grupo de trabalho, dando a ele a oportunidade de demonstrar seus dons e assumindo algumas tarefas? Ou isolamos todos aqueles que chegam porque não fazem parte da nossa turma?
            Lembremos: Jesus nos exorta a unidade, para que possamos ser exemplos vivos àqueles que ainda não crêem, pois a unidade só se efetivará na união dos cristãos pelo bem comum, pelas causas coletivas, na partilha e compartilhamento do amor incondicional de Jesus pela humanidade.
            A unidade deve partir de cada um de nós para irradiar os dons do Espírito Santo a todos os irmãos que nos rodeiam. O verdadeiro testemunho deve ser de cada um de nós, seguidores de Cristo.  Para que todos"CONTEMPLEM A MINHA GLÓRIA" Amém!
Abraços fraternos.
Nancy – professora 

Fonte 

 

Os Santos - descrição e classificação






Por
Monsenhor Dimitrios Attarian



A doutrina da Igreja se faz viva na vida dos verdadeiros crentes, os santos. São eles que literalmente compartem a santidade de Deus: “Portanto vós vos santificareis, e sereis santos, porque Eu sou Santo”(Lev.11,44). As vidas dos santos atestam a autenticidade e a verdade do Evangelho Cristão, o presente seguro da santidade de Deus aos homens.
Na Igreja existem diferentes classificações de santos. Ademais dos Santos Padres, que são glorificados específica e especialmente por seus ensinamentos, existe uma tipificação de santos segundo os aspectos particulares de sua santidade.
Assim temos aos Apóstolos, que foram enviados para proclamar a Fé Cristã; os Evangelistas que especificamente anunciaram e escreveram os Santos Evangelhos; os Profetas que são diretamente inspirados para comunicar a Palavra de Deus aos homens. Também temos aos defensores, que sofreram pela Fé; aos Mártires que por ela morreram; aos chamados Santos, que foram monges e monjas; e aos Justos, santos dentre os laicos.
Ademais, os livros dos Ofícios da Igreja mencionam com título a parte, aos santos que pertenciam ao clero, aos que foram governantes ou homens de Estado, e também aos que denominam “Loucos ou Insensatos” por causa de Cristo, ou seja, àqueles santos que testemunharam o Evangelho do Reino dos Céus mediante sua total despreocupação pelas coisas que geralmente as pessoas consideram tão necessárias tais como: roupas, comida, dinheiro, segurança, posição, reputação, etc... Estes santos recebem sua denominação de uma frase do Apóstolo Paulo: “nós somos loucos por amor de Cristo” (1ª Cor.4,10).
Existem muitos escritos sobre a vida dos santos na tradição ortodoxa, as chamadas “hagiografias”. Sua atenta leitura e estudo podem dar muitos frutos espirituais para o descobrimento do significado da Fé e da vida cristã. Nestes relatos se vê claramente a visão cristã de Deus, do homem e do mundo. Como estes livros foram escritos em épocas muito diferentes à nossa, é necessário lê-las cuidadosamente e com muita atenção para poder distinguirem-se os pontos essenciais dos adornos, às vezes imaginários, que freqüentemente foram neles incluídos. Na Idade Media, por exemplo, era costume modelar as vidas dos santos segundo obras literárias anteriores e inclusive adornar as vidas dos santos menos conhecidos para que se assemelhassem aos santos anteriores do mesmo perfil. Era também bastante comum agregar muitos elementos, particularmente acontecimentos sobrenaturais e milagrosos dos mais extraordinários, para confirmar a real santidade do santo, e assim assegurar a aceitação de sua bondade e verdade espiritual, e também para fomentar e nutrir a imitação de suas virtudes na vida dos ouvintes e leitores. Em muitos casos, o milagre era agregado para enfatizar a retidão ética e a inocência do santo em seu encontro com seus detratores.
Geralmente não se necessita muito esforço para distinguir a sólida verdade, na vida dos santos, das adições feitas com espírito de piedade e entusiasmo, em épocas posteriores; más, se for necessário, devemos nos esforçar para encontrar a verdade essencial em suas vidas. No entanto, o fato de que elementos de uma natureza milagrosa foram agregados às vidas dos santos durante a Idade Média por motivo de edificação, não deve levar-nos à conclusão que todo fato milagroso que encontrarmos em suas vidas foi inventado por algum motivo literário ou moralizador.
Novamente, uma leitura estudiosa das vidas dos santos quase sempre revelará o que é autentico e verdadeiro no milagre. Ademais, já dissemos, e com razão, que podemos também aprender muito, tanto sobre o verdadeiro significado do Cristianismo nas lendas dos santos, produzidas dentro da tradição da Igreja, como das mesmas vidas autenticas.

São Pio X




Era o segundo de dez filhos de uma família rural da província de Treviso. Ordenado em 1858, estudou direito canónico e a obra de São Tomás de Aquino. Em 10 de Novembro de 1884 foi elevado a Bispo de Mântua, e em 1896 a Patriarca de Veneza sendo eleito Papa em 4 de Agosto de 1903 com 55 dos 60 votos possíveis no conclave.
O seu lema era "Renovar todas as coisas em Cristo", expresso na sua encíclica E Supremi Apostolatus. Por esta razão, foi um defensor intransigente da ortodoxia doutrinária e governou a Igreja Católica com mão firme numa época em que esta enfrentava um laicismo muito forte e diversas tendências do modernismo, encarado por ele como a síntese de todas as heresias nos campos dos estudos bíblicos e teologia.
Pio X introduziu grandes reformas na liturgia e codificou a Doutrina da Igreja Católica, sempre num sentido tradicional e facilitou a participação popular na Eucaristia. Foi um Papa pastoral, encorajando estilos de vida que reflectissem os valores cristãos. Permitiu a prática da comunhão eucarísticafrequente e fomentou o acesso das crianças à Eucaristia quando da chegada à chamada idade da razão. Promoveu ainda o estudo do canto gregorianoe do catecismo (ele próprio foi autor de um catecismo, designado por Catecismo de São Pio X). Criou a Pontifícia Comissão Bíblica e colocou as bases do Código de Direito Canônico, promulgado em 1917 após a sua morte. Publicou 16 encíclicas.
Pio X não receou provocar uma crise com a França quando condenou o presidente francês por visitar Victor Emmanuel III, Rei de Itália, com quem a Igreja estava de más relações desde a tomada dos Estados Papais na unificação italiana, em 1870. Entre as consequências deste embate cita-se a completa separação entre Igreja e Estado em França e a expulsão dos Jesuítas. Teve como secretário de Estado o famoso cardeal Merry del Val.
Na lápide do seu túmulo na Basílica de São Pedro no Vaticano, lê-se: A sua tiara era formada por três coroas: pobreza, humildade e bondade. Foibeatificado em 1951 e canonizado em 3 de Setembro de 1954 por Pio XII. A Igreja celebra a sua memória litúrgica no dia 21 de Agosto. É actualmente o patrono dos peregrinos enfermos e é considerado por alguns,como o maior dos Papas do século XX, disputando tal título com o Papa João Paulo II.
Foi o único Papa do século XX a ter tido extensa experiência pastoral ao nível da paróquia. Favoreceu o uso de termos vernaculares na catequese. O seu estilo directo e as denúncias de atropelos à dignidade humana não lhe trouxeram grande apoio por parte das sociedades aristocráticas europeias na época pré-Primeira Guerra Mundial.

São Pio X, Rogai por nós!!!

Todos os dias um tema diferente...

Após meses sem postar nada decidi que este seria um veículo perfeito para me distanciar de pensamentos ruins e compartilhar os bons assim o Juventude Católica volta com tudo e seguindo agora uma mecânica:

SEG => Imagens Legais
TER => Curiosidades da nossa Igreja
QUA => Vida Santa, por um Santo
QUI => Partilha da Palavra (meditacao)
SEX => Liturgia
SAB e DOM => Reflexoes sobre o tempo e demais temas

Wallpapers Católicos muuito Legais e bem Jovens para seu Celular!!!









segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Entrevista com a cantora ADRIANA (lançamento de Lindo Céu)


Adriana, você está com uma grande novidade, muito esperada por todos: seu terceiro CD solo. Ele já está gravado? Como foi a experiência de realizar seu novo trabalho em uma nova gravadora?
Sim, ele já está pronto. A experiência tem sido divina. Deus foi quem encaminhou tudo: o convite, o projeto, a execução e o carinho da equipe que está comigo... Deus tem sido, mais uma vez, muito carinhoso com o meu ministério, tem cuidado de mim.
Qual será o título do CD?
O título será LINDO CÉU, visto que o céu é o lugar que Deus tem pra mim.
Tem previsão de lançamento para quando?
O CD está previsto para o comecinho de setembro, mais precisamente para o Hallel de Maringá-PR, se Deus quiser!
Ainda falando sobre seu novo CD, quais músicos participaram das gravações e dos arranjos?
O CD está muito lindo, graças a Deus. Está ficando com "a minha cara" no gosto, nos arranjos, no cuidado com tudo. Eu estou desde o dia 02 de junho direto em São Paulo acompanhando toda a gravação, os arranjos, a execução, a mixagem, tudo...
Neste CD, dividimos os arranjos com quatro pessoas. O Emerson Pinheiro, esposo da Fernanda Brum, fez três arranjos. O Edson Guidett (guitarrista de Sandy e Junior)
arranjou duas. O Rodrigo Pires, tecladista do Walmir Alencar, arranjou e executou quatro, além de escrever e executar mais três músicas, que são do Vocal Asafe (de Cachoeiro do Itapemirim), que fez o backing do "Qual é a Chave?", que foi arranjado por eles (as três músicas novas) e que também fizeram o backing neste novo trabalho.
O Adelso Freire (Vocal Asafe) fez a direção da minha voz.
E as músicas, são de quais autores?
As músicas estão sendo presentes, balsámos para a minha alma.
Tem música da Ziza fernandes, do Padre Fábio de Melo, do Ítalo Villar com minha parceria, do Davidson (Belo Horizonte), do Vocal Asafe, do Walmir Alencar, da Irmã Glenda e estou regravando "Abandono", do Flavinho, pois quem me conhece desde "Banda Canção Nova", tem pedido muito.
O CD terá participações especiais?
Somente a participação do Adelso Freire.
Muitas pessoas têm escrito ao Portal da Música Católica perguntando porque a Adriana foi para a gravadora PAULINAS - COMEP...
Eu não quis renovar o contrato com a CODIMUC, pois não queria mais exclusividade. Não tem nada de particular, eu já estava rezando e pedindo direção a Deus. O meu contrato acabaria no começo deste ano. Quando chegou perto de encerrá-lo, procurei direção, discernimento para Deus e também procurei ajuda de pessoas que são importantes no meu ministério... Pedi que rezassem por mim e as coisas foram clareando. Decidi não renovar o contrato. Depois de alguns meses, continuei rezando e pedindo para que Deus direcionasse o meu ministério, pois eu sabia que parar de cantar não era plano Dele. Como e onde, só Ele saberia. E os caminhos foram se estreitando com a PAULINAS. Conversamos, rezamos, outra vez pedi orientação àqueles que fazem parte da minha vida, do meu ministério, que significam muito para mim... E tudo aconteceu. Foi muito rápido. Apresentei um projeto, as irmãs aprovaram e me encaixaram em junho (pois este CD não estava nos planos da gravadora) e hoje o "filho" já começa a nascer.
Estou vivendo um momento novo, onde Deus tem mais uma vez cuidado da folhas, cortado alguns galhos, jogado um pouco mais de adubo, enfim... Este ano as coisas foram bem objetivas na minha vida, Deus tem sido muito direto, claro e objetivo. Estou saboreando este cuidado, com amor e carinho. Deus é maravilhoso!!!
Como está o ministério da Adriana hoje?
Esta a mil, graças a Deus. Apesar de já estar com o CD "Qual é a Chave?" há mais de dois anos e meio, ainda estamos trabalhando muito. A missão a cada dia fica mais clara e mais forte na minha vida, sou extremamente feliz com o meu chamado.
Quais seus novos projetos de vida e evangelização?
Quero poder continuar levando a palavra de Deus musicada, através daquilo que gratuitamente Deus me deu, a alegria de poder cantar pra Ele e para os irmãos que Ele tem me confiado.
Já está de casamento marcado (risos)?
Não. Vai demorar um pouquinho ainda. :-)
E o novo site? Vai sair?
Deve sair logo, logo...
Deixe uma mensagem para os Internautas que visitam o Portal da Música Católica:
Olá, irmãos internautas! Paz para vocês!!!
Gostaria de deixar aqui o meu carinho a todos e dizer que daqui a pouco já poderão ter em mãos o meu novo CD, que está sendo preparado com muito carinho, direcionado por Deus, para eu poder continuar servindo a cada um com a minha canção, com a minha vida.
Peço que continuem rezando!
Deus abençoe a todos.
Com carinho,
Adriana
Obrigado, Dri.
Que Jesus continue sempre jorrando bênçãos
 em sua vida e em sua missão!

domingo, 2 de janeiro de 2011

A JUVENTUDE CATÓLICA E OS SEUS CLAMORES Por Pedro Ravazzo


Quantas vezes nós não ouvimos as mais absurdas argumentações para endossar o erro, o abuso e a irreverência na Igreja? Entretanto, sem dúvida alguma, um dos raciocínios comumente utilizados é a dita “modernização” para aproximar a fé aos jovens. Deve ser frisado, antes de qualquer coisa, que se a nossa crença vem de Deus, reflete, então, a Sua imutabilidade e eternidade – e, sendo assim, pensar numa adaptação que não seja do trabalho pastoral não é apenas uma falácia, mas uma heresia. Ademais, os jovens não passam de falsos pretextos usados para justificar a megalomania e desobediência de muitos religiosos que, de maneira mesquinha, preferem seguir teologias próprias a serem fiéis à Igreja. A juventude, na realidade, não aprecia e nem muito menos compactua com tais imprecisões. Os jovens preferem a mais sincera ortodoxia e honesta piedade.
Quem nunca assistiu, ou ouviu falar, de “Missa dos jovens”? Essa nomenclatura é totalmente inapropriada, não só porque a Missa é apenas uma, porque apenas um foi o Sacrifício, mas também porque o rito da Liturgia não permite tal flexibilidade, a ponto de serem criadas novas rubricas e normas baseadas em impressões pessoais acerca da celebração. Entretanto, o problema é mais profundo do que um simples nome. As tais “Missa dos jovens” se distanciam, e muito, da reverência ao Sacrifício.
A Missa é renovação do Sacrifício do Calvário; “A Eucaristia é, portanto, um sacrifício porque representa (toma presente) o Sacrifício da Cruz, porque dele é memorial e porque aplica seus frutos”, “O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício.” S.S João Paulo II disse, na encíclica Ecclesia de Eucharistia: “A Missa torna presente o sacrifício da cruz; não é mais um, nem o multiplica.(16) O que se repete é a celebração memorial, a « exposição memorial » (memorialis demonstratio),(17) de modo que o único e definitivo sacrifício redentor de Cristo se actualiza incessantemente no tempo. Portanto, a natureza sacrificial do mistério eucarístico não pode ser entendida como algo isolado, independente da cruz ou com uma referência apenas indireta ao sacrifício do Calvário (n. 12, itálicos do original)” Ademais, lembremos que o Concílio de Trento  declarou solenemente que o Sacrifício da Missa era o centro da Liturgia católica, em oposição aos ensinamentos heréticos de Martinho Lutero que diziam que a Missa era apenas um banquete de realidade simbólica – heterodoxia esta que, atualmente, deixou de ser exclusividade protestante e passou a ser defendida até mesmo entre católicos.
Muitos alegam que a Ressurreição também é renovada, e esse seria o motivo do regozijo meramente humano – bem diferente da santa alegria espiritual. Entretanto, enquanto a Paixão é, de fato, atualizada e presente sacramentalmente, a Ressurreição não passa de um recordação sem nenhuma realidade substancial presente, tanto é assim que nós “Anunciamos” a morte do Senhor e “Proclamamos” a Sua Ressurreição. O que isso representa? A morte de Cristo é renovada misticamente, atualizada na Missa em comunhão com o Calvário, se faz presente plenamente. Já a Ressurreição não ultrapassa a barreira temporal, não é atualizada na Celebração e lembrada apenas enquanto evento que se deu no tempo. Assim, podemos concluir que – ou as pessoas desconhecem o caráter sacrificial da Liturgia e por isso são permissivos aos abusos e corrupção – ou então, em franca desobediência ao que sempre foi crido pela Igreja e pelo povo Deus, sancionam, através de imprecisões teológicas e heresias, a lastimosa transformação do correto espírito litúrgico.
A Missa é Calvário e como Calvário nos pede uma espiritualidade específica – ou será que alguém tocaria bateria, guitarra e baixo sob os pés de Cristo? Para algo ser digno da Missa deve excluir tudo de profano, não porque seja apenas um capricho da Igreja, mas porque a Liturgia, sendo um pedaço no Céu na terra, deve servir como uma prévia do esplendor da morada celeste. Entretanto, quando profanamos a Liturgia, deixando que seja mundanizada, impedimos não a realidade sobrenatural da Missa, que sempre há quando existem celebrações válidas, mas diminuímos os efeitos de santidade causados no povo de Deus.
Os defensores das tais Missas jovens alegam, também, que estas celebrações aproximam a juventude da Igreja. Tal argumento não pode prosperar. A uma, porque a Liturgia não é ferramenta catequética, os que assistem e comungam são aqueles que entendem o que é celebrado no altar. A duas, porque estamos prestando um desserviço aos jovens. É justamente por amá-los que devemos nos esforçar para apresentar o esplendor da Missa, a sua realidade sacrificial e mística. Quando, pelo contrário, deformamos a Liturgia, mesmo com a melhor das intenções, estamos mostrando a nossa pequenez e egoísmo, já que impedimos a juventude de conhecer a sobrenaturalidade da Missa. Ora, nós amamos Cristo e justamente por amá-Lo queremos que os jovens O conheçam. Mas como apresentar os jovens a Cristo se nós somos os primeiros a deformar o Seu Sacrifício e ainda alegando que isso é para o seu bem? Vejam a óbvia contradição!  A nossa fidelidade aos ensinamentos de Nosso Senhor deve nos motivar, justamente, a anunciá-los por todos os cantos, sem modificações, sem opiniões pessoais, sem desonestidade – do contrário estaremos prestando um desserviço a Cristo e aos jovens, impedindo-os de experimentar Jesus em toda a Sua grandeza.
O Santo Padre nos esclarece essa questão quando da Jornada Mundial da Juventude. As Missas da JMJ em nada se aproximam da algazarra litúrgica tão comum nos dias de hoje. As celebrações se encontram submersas na mais sublime mística e sobrenaturalidade. Vale lembrar que estamos falando de um dos maiores eventos da Cristandade e que tem como público os jovens de todos os cantos do mundo. Se as tais “Missas jovens” gozassem de licitude seria a Jornada o momento adequado para a prática dessa mentalidade litúrgica, entretanto, o que presenciamos é justamente o contrário; sobriedade, sacralidade e solenidade.
Além de tudo isso, os defensores de tais celebrações alegam que os jovens não gostam de Missas bem celebradas. Primeiro que, com a atual realidade religiosa, eu realmente duvido que todos os garotos desse país tenham tido acesso a Celebrações decorosas. Em segundo lugar, nada, absolutamente nada, justifica a deformação do correto espírito litúrgico. Quer dizer que as preferências e gostos dos jovens estão acima da digna reverência ao mistério do altar? Então os desejos da juventude devem ser cumpridos imediatamente em detrimento não apenas do ensino da Igreja como da reverência ao Sacrifício? Que inversão total e completa! Entretanto, faço questão de frisar que é realmente difícil saber se os jovens de fato apreciam tais celebrações. Começa que não poucas são as Congregações que definham porque não conseguem renovar as suas fileiras e muitas delas são, justamente, as que insistem na defesa das “Missas jovens”. Será que não percebem que a difusão dessa espiritualidade relaxada, que eles consideram “jovem”, talvez seja o motivo da crítica situação em que vivem? Lançando mão de um jargão popular: é dar murro em ponta de faca. Chega a ser caricato, mas acima de tudo, triste, perceber que Ordens belíssimas murcham por dentro por falta de renovação e que, mui provavelmente, o motivo desse retrocesso seja a insistência numa mentalidade que pouco acende nos jovens o fervor religioso e o espírito devocional.
A Conferência Nacional de Vocações, nos EUA, encomendou uma pesquisa e descobriu que, atualmente, a esmagadora maioria dos vocacionados rumam para Congregações onde há piedade, fidelidade ao Magistério, uso do hábito, oração e vida comunitária. Além de sinalizar que os jovens chamados por Deus buscam a Tradição, a pesquisa mostrou que as ordens religiosas que se distanciam do carisma, rejeitam a própria história, adotam teologias imprecisas e tratam com descaso os ensinamentos da Igreja, estão atraindo cada vez menos vocações. Assim disse Irmã Maria Bendyna, diretora executivo do Centro para Pesquisa Aplicada no Apostolado da Universidade de Georgetown: “Eles [os jovens] são mais atraídos por um tradicional estilo de vida religiosa, onde há vida comunitária, oração comum, com Missas conventuais, Liturgia das Horas. Além disso, a fidelidade à Igreja seria importante para eles. Eles buscam comunidades inequívocas, cujos membros vestem hábito”. Entretanto, mesmo aqueles que não são verdadeiramente vocacionados, que se aproximam das Congregações apenas tocados pela beleza e pela piedade que exalam, são belíssimos exemplos de como o uso dos hábitos, os cantos, as Missas decorosas, santificam as almas, causam um bem tão sublime que faz com que jovens confundam devoção com vocação. Apenas nas mentes tresloucadas dos religiosos adeptos de teologias estranhas que tudo isso não passa de ornamentos desnecessários que atrapalham a fé do povo. A prova inconteste do erro de tais conclusões é que crescem as dioceses e congregações que primam pela ortodoxia e sacralidade e definham aquelas que ostentam orgulhosas a bandeira do modernismo mesmo quando o barco já se encontra quase naufragado em meio ao oceano.
Então do que estamos falando, em concreto? De religiosos que realmente têm um sincero foco pastoral ou de religiosos que apenas tentam justificar a própria soberba teológica com argumentos pífios? Ora, se, de fato, houvesse esse sincero desejo de aproximar a fé dos jovens, de propiciar um ambiente religioso sadio que favorecesse o desenvolvimento de vocações,  seria muito mais natural e lógico defender estratégias constatadamente eficientes que, não por acaso,  sempre estão alicerçadas sobre os ensinamentos da Igreja. Entretanto, o posicionamento dos relativistas peca, justamente, nesse ponto. A banalização do sagrado, o combate ao espírito de piedade e devoção, apenas afastou os jovens do chamado religioso, tanto é assim que as Congregações, Ordens e Dioceses que comungam de tais absurdos vivem verdadeiras crises por falta de renovação. Do outro lado da moeda, os religiosos que buscam a fidelidade ao Magistério, que primam pela ortodoxia e contrição, conseguem conquistar muitos jovens católicos que, mesmo quando não têm vocação, são tocados pela forte reverência, humildade e sinceridade da fé. Em suma, a dita modernidade tão aclamada e usada para justificar todo o tipo de erro e desobediência, não passa, nesse caso, do herético e condenado modernismo, onde, a sua insistência por tais religiosos, é menos pelos jovens e mais pelo radicalismo que têm na defesa daquilo que consideram sensato e correto, mesmo quando se opõe aos ensinamentos da Igreja que eles dizem seguir.
Nesse ponto gostaria de fazer uma reflexão mais aprofundada a respeito do hábito eclesiástico, já que, querendo ou não, se encontra intimamente ligado à renovação vocacional, e vamos saber o motivo.
Muitas vezes os defensores da abolição do hábito eclesiástico argumentam dizendo que o importante, de fato, é o interior, a essência. Entretanto, essa falsa dialética entre o corpo e a  alma, exterior e interior, é estranha aos mais básicos ensinamentos cristãos; ao contrário, se assemelha às concepções heréticas tão comuns na Idade Média; cátaros, albigenses, gnósticos de todos os tipos etc. Negar a superioridade da alma é um erro que atinge pontos cruciais do cristianismo, assim como outra falácia de proporções grandiosas é menosprezar o corpo e o fato de constituir, juntamente com a alma, uma única substância. Exemplificando, a alma é o cavaleiro e o corpo é o cavalo; o cavaleiro sem seu cavalo é derrotado e o cavalo sem o cavaleiro é descontrolado. Dr. Plínio Corrêa de Oliveira esclarece a questão: “Está na ordem natural das coisas que o homem espelhe sua alma na fisionomia, na voz, na atitude, nos movimentos. E como o traje deve revestir o corpo humano, é natural que o homem se sirva também dele como elemento de expressão. Tanto mais quanto o traje a isto se presta eximiamente (…) a necessidade de expressão da alma é uma conseqüência imperiosa do instinto de sociabilidade. De onde, recusar ao homem esta possibilidade é, em si, falsear o próprio modo de ser da alma (…) os costumes sociais consagraram em todos os tempos e lugares certos trajes como característicos de profissões ou estado de vida, que exijam uma conformação de alma muito peculiar. E sempre se entendeu, com razão, que o traje profissional auxilia o homem a realizar inteiramente sua mentalidade. De um militar que tivesse antipatia à farda, de um juiz que tivesse ódio à toga, nada se auguraria de bom. (…) Dizer-se, pois, que o hábito não faz o monge, ou a farda não faz o herói, é e não é verdade. Com efeito, o homem não se torna monge, ou militar, autêntico só por adotar o traje próprio a tal estado. Mas o hábito monástico facilita ao homem de boa vontade tornar-se bom monge. E o mesmo se pode dizer da farda.”
Isto posto, devemos partir para a reflexão pretendida. O hábito eclesiástico, por ser um símbolo, tem um fim pedagógico. Claro que, infelizmente, muitos homens na atualidade vivem um verdadeiro analfabetismo simbólico, ou seja, incapacitados de reconhecer símbolos que refletem a riqueza e a genialidade do próprio ser humano. O Cristianismo, sem a menor dúvida, foi o maior promotor dessa via de evangelização; usou e abusou da beleza simbólica como ferramenta de catequização e conversão, já que a via pulchritudinis, juntamente com o simbolismo sacro, dialoga diretamente com a alma. A relevância simbólica do hábito é tão óbvia que até mesmo os adeptos da Teologia da Libertação, na década de 70, entendiam. Dentro dos conventos, mosteiros e paróquias o uso era proibido e visto como “reacionarismo”, entretanto, quando das passeatas, protestos e levantes os Sacerdotes, frades e monges faziam questão de ostentar suas batinas, hábitos dominicanos e vestes franciscanas. O hábito, como um sinal visível, engrandecia e destacava claramente as reivindicações feitas que, de certo, passariam desconhecidas se não houvesse um símbolo tão enfático da presença religiosa. A mesma realidade simbólica do hábito eclesiástico motivou o ódio dos comunistas na Europa Oriental. Quantos Sacerdotes, frades, freiras, monges, foram martirizados apenas por usar uma simples veste? O que, então, fundamentava a ira dos bolcheviques? Até mesmo os seguidores do marxismo genocida reconheciam que o hábito era um sinal claro da presença religiosa, justificando, assim, a violenta ojeriza. Durante as perseguições os homens e mulheres consagrados a Deus se recusavam a tirar seus hábitos por entender que seus efeitos e qualidades, como a constante recordação da consagração, combate aos efeitos da dessacralização social etc,  estavam além de um simples sentido indumentário; o hábito era o distintivo da presença dos soldados de Cristo!